quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Manifestantes jogam ovos, água e moedas nos vereadores

Por Allan dos Reis

A Câmara Municipal de Taboão da Serra se transformou em campo de batalha nesta terça-feira, dia 01 de Setembro, depois que o prefeito Dr. Evilásio Farias encaminhou para votação, em regime de urgência, um projeto de lei complementar, que vai transformar a licitação do transporte alternativo de pessoa física para pessoa jurídica. A categoria teme que grandes empresas, inclusive de outros municípios, entrem e ganhem a licitação.

A categoria que ainda comemorava a vitória obtida na justiça com a suspensão da licitação, soube minutos antes de iniciar a sessão o conteúdo do projeto. Então, em cima da hora, houve uma mobilização via rádio e dezenas de representantes do alternativo ocuparam a câmara.

Para Marcelo Ribas, da Coopertab, os moldes da licitação continuam com erros e vai piorar caso a lei complementar seja aprovada. “Vem uma categoria grande de São Paulo e leva tudo. Nós somos pequenos aqui”, desabafa.

O clima começou a esquentar numa discussão entre o vereador Macario (PT) e integrantes das cooperativas que operam no município. Durante o discurso do petista a chave de energia foi desligada e o plenário ficou completamente no escuro. Até o painel de votações se apagou.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi chamada para ficar no plenário, enquanto as polícias civil e militar, em mais de 10 viaturas, ficaram do lado de fora da câmara.

Nem mesmo a presença das autoridades policiais impediu que as manifestações, até então pacíficas, se transformasse em atos de violência.

Durante o discurso do vereador Paulo Félix (PSDB), Líder do Governo, objetos começaram a serem atirados em direção dos vereadores. Félix demorou mais de dois minutos para conseguir iniciar o seu discurso. Após a primeira palavra, todos viraram as costas ao plenário.


Aos poucos, os jornais foram amassados e atirados em direção aos vereadores. Em seguida, copos vazios e com água, moedas, nota de dois reais, e se encerrou com os dois ovos atirados em direção do líder. Os ovos atingiram o teto e o fundo da câmara, que respingou e sujou um dos funcionários da casa.

A sessão foi suspensa até às três e quarenta da tarde de sexta-feira, dia 4, para que a Comissão de Transporte possa dar o seu parecer sobre o projeto.
Ao final, Félix preferiu não falar com a imprensa. Já o Presidente da Câmara, José Luiz Eloi (PMDB), desaprovou os atos de violência, mas evitou fazer criticar a categoria.
“Às vezes as manifestações acabam se excedendo, mas é legítima, desde que dentro dos limites democráticos”, diz Eloi.

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